sábado, 9 de junho de 2012

Muitas noites dormi com meu ódio.

Para quem não dorme durante a noite, as horas não passam.
Noites maldormidas.
Afinal, o que nos retira o sono?
São as preocupações com os filhos.
O pagamento das contas atrazadas.
O trabalho cheio de tarefas que devem ser executadas em tempo.
Não.
Não são essas coisas que me retirão sono.
O que vem retirando o meu sono nessas noites,
é o ódio velado, nutrido.
Uma palavra lançado ao coração
que vai corroendo aos poucos.
Um gesto mal interpretado.
Devo mesmo é arrancar o que sufoca o meu território,
meu coração.
Não permita crescer esse sentimento negativo em você.
As vezes, deixo ele delado e quando menos imaginamo ele cresceu.
Cresceu tanto que ficaram maiores do que eu.
A noite é longa demais para quem não consegui dormir.
Coração cheio de mais é igual a barriga cheia,
é preciso fazer bem a digestão antes de ir se deitar,
senão a gente acaba mesmo é com um mal estar.
Ando sonhando acordado.
Confesso que já é tarde e o sono ainda não veio.
Não consigo dormir.
O ódio envelhece a gente mais rápido.
Ando buscando perdoar, reencontrar a paz em mim.
O ódio faz a cena triste da vida se prolongar.
Prende a gente.
Assim as noites passam a ser velório.
Não durmo porque não sepultei os mortos,
e quem não sepulta seus mortos jamais poderá iniciar o processo de ressurreição interior.
A vida é assim.
Nós nos transformamos no que guardamos.
Hoje percebi, que alimentar a mágoa não é uma decisão muito inteligente.
Quero a leveza das coisas.
Quero noites dormidas.



O coração não sabe fazer duas coisas ao mesmo tempo.
Ou ele ama ou ele ódeia.
É uma questão de escolha.
Compreendi que o ódio é uma injustiça.
Muitas noites dormi com meu ódio,
convivi com o ódio,
e por ele fui vencido.
Assim deixo escrito: Carlos Eduardo

Quem não dormia agora dormi.




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